A ideia de gerar a própria energia desperta diversas percepções positivas quanto à energia solar, tais como a conservação do meio ambiente, a sensação de responsabilidade social, a redução de custos com energia, etc.
O Brasil ocupa o 16º lugar no ranking mundial de uso da energia solar, mas ainda está aquém de seu imenso potencial, já que possui um dos melhores recursos solares do planeta.
Em parte, isso acontece por causa do forte questionamento sobre a relação custo-benefício desse modelo de geração de energia: o investimento inicial ainda é bastante elevado.
Em contrapartida, esse valor é totalmente pago com o retorno em economia que o sistema proporciona, como confirma o relatório World Energy Outlook 2020, publicado este ano pela Agência Internacional de Energia (IEA).
Os dados do Relatório World Energy Outlook 2020
O relatório da IEA conta com 464 páginas que destacam o impacto “extraordinariamente turbulento” do coronavírus e o futuro “extremamente incerto” do consumo global de energia solar nas próximas duas décadas.
Segundo o relatório, a energia solar é a forma mais barata de gerar eletricidade na maioria dos países do mundo, com custos drasticamente reduzidos. A fonte solar é cerca de 20 a 50% mais barata hoje do que a própria agência estimava em 2019.
A par disso, cada vez mais especialistas recomendam o uso dessa energia para atenuar consequências ambientais e oferecer uma economia no valor da conta de luz e diversos governos apostam em investimentos públicos para torná-la cada vez mais acessível.
Nos Estados Unidos, o Departamento de Energia planeja cortar os custos de usinas de energia solar em 60% até 2030, apostando em inovação e no financiamento de US$ 126 milhões para a utilização de 100% de eletricidade limpa até 2035. Esse investimento deverá reverter também para o custo dos painéis solares.
Contudo, apesar da energia solar ser a energia mais barata do mundo e dos benefícios ambientais inegáveis, a IEA estima que a demanda por combustíveis fósseis pode aumentar em 30% até 2040, a menos que a estratégia de combate ao aquecimento global seja reforçada além das metas estabelecidas até agora.
O ranking mundial dos custos de energia elétrica
Uma análise do custo por nível de energia, realizada pela empresa de consultoria financeira Lazard, indicou que a energia solar é uma das fontes de energia mais baratas do mundo porque provêm de fontes gratuitas e inesgotáveis e em razão de seus custos diminuírem cada vez mais com o avanço da tecnologia.
Ainda, em dezembro de 2019 o preço da eletricidade para as residências e comércios foi classificado no ranking de países com a energia mais barata do mundo pela GlobalPetrolPrices.com. Nesse relatório o Brasil se encontra na 37ª posição, com a tarifa energética mais cara entre 110 países.
Dentre os países com a energia mais barata, o relatório aponta Sudão, Venezuela, Cuba, Líbia, Etiópia, Irã, Angola, Butão, Iraque e Zâmbia.
- O Sudão investe apenas US$ 0.003 para gerar 1 kWh em uma residência.
- A Venezuela gasta em torno de 1.093 bolívares venezuelanos para gerar 1 kWh de energia residencial, e 1.283 bolívares venezuelanos para gerar 1 kWh em energia comercial.
- Cuba investe US$ 0.008 para gerar 1 kWh de energia residencial.
- A Líbia investe cerca de US$ 0.014 em energia residencial para cada kWh e US$ 0.022 em energia comercial.
- A Etiópia gasta em torno de US$ 0.010 para gerar 1 kWh de energia residencial, e US$ 0.023 para gerar 1 kWh de energia comercial.
- O Irã despende, aproximadamente, US$ 0.005 em uma residência que gera 1 kWh de energia.
- Em Angola, uma residência que gera 1 kWh gasta em torno de US$ 0.021, e um comércio gasta US$ 0.017 a cada 1 kWh gerado.
- O Butão investe cerca de US$ 0.017 para a geração de 1 kWh de energia em uma residência, e US$ 0.031 para gerar 1 kWh de energia em uma empresa.
- O Iraque conta com a relação de US$ 0.029/kWh em energia residencial e US$ 0.050/kWh em energia comercial.
- Em Zâmbia, uma residência ou empresa que gera 1 kWh de energia gasta cerca de US$ 0.027.
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